comentario ao filme "o menino e o mundo - Marta Vieira

Relatório do filme “O Menino e o Mundo”

“O Menino e o Mundo” é um filme que nos retrata a história de um menino que na sua infância vivia com os pais no mundo rural até que chega um certo dia em que o seu pai tem necessidade de partir para a cidade à procura de emprego para sustentar a família. Pouco tempo depois, o menino já cheio de saudades do pai, parte para encontrá-lo e é nessa tentativa que vai descobrindo o mundo. A criança, pobre, mas cheia de esperança e imaginação, percorre todos os caminhos do ciclo do algodão: do campo às fabricas, do sertão às favelas, do sonho ao pesadelo. Este filme mostra-nos a exploração dos agricultores, a falência das fábricas, a tristeza dos tecelões, a precariedade dos artistas de rua, a falta de estrutura nas comunidades carentes, o regime militar... Tudo é retratado de modo a misturar o sonho com o pesadelo. Podemos ainda salientar o facto das montanhas representarem as pirâmides da classe social, o topo era estreito e muito brilhante que representava a classe alta, enquanto que, a base era larga e escura que representava a classe trabalhadora. Isto mais uma vez, para nos demonstrar a enorme diferença existente entre as classes sociais. Contudo, “O Menino e o Mundo” mostra-nos sempre um menino que nos parece uma criança, mas na verdade não o é, esta tal criança com que nos deparamos é um homem que acabou por imitar o pai e sair do mundo rural para o urbano à procura de emprego para sustentar a sua família, no entanto, este homem partiu ainda com os sonhos de criança.

Na minha opinião é um filme interessante e fora do comum visto que não contem diálogos e retrata assuntos reais vistos através dos olhos ingénuos e perplexos de uma criança, o que faz com que o espetador se “meta na pele “ do menino e que sinta os problemas do mundo adulto ainda que não os entenda. Este filme com cores e som conjugados traz um sentimento nostálgico da infância e do estado natural das coisas. “O Menino e o Mundo” contrasta muito bem o mundo idealizado da infância à vida embrutecida dos adultos.