quinta-feira, 2 de junho de 2016

Discrepância salarial

Na União Europeia as mulheres ganham em média menos 17,5% do que os homens.
  • O maior custo desta desigualdade é o custo social associado à discriminação de géneros, por exemplo, como o facto de as mulheres terem uma proporção mais elevada das tarefas domésticas a seu cargo.
  •  A nível económico, percebemos que existem economias onde esses custos explicam grande parte da diferença de produtividade e de produto por trabalhador em relação a outros países.
  • As sociedades que mais discriminam são sobretudo do Médio Oriente.
Nos países onde hoje se verifica um grande crescimento económico detectaram alguma diminuição da desigualdade salarial? 
  • Os países emergentes têm em geral grandes taxas de criação de empresas sendo que o Brasil é mais empreendedor do que os EUA e os países muito pobres da África Subsariana são muito mais empreendedores do que o Japão.
  • Chegamos à conclusão que quanto maior for o empreendedorismo, maior é a participação das mulheres.
  • Em Portugal (sociedade desenvolvida), as mulheres são uma minoria de empreendedores, enquanto que nas sociedades menos desenvolvidas o empreendedorismo por parte das mulheres pode ser visto como forma de emancipação.

 Podemos dividir o mundo por blocos? Quanto mais desenvolvido menos desigualdade salarial?
  •  A discriminação está associada a questões culturais.
  • Nos países mais desenvolvidos há menos discriminação salarial, uma vez que o empreendedorismo pode ser visto como uma compensação dessa realidade.
  •  A verdade é que se pode explicar a mudança de atitude dos homens pode ser explicada através de questões de desenvolvimento.

Porque há um patamar de produtividade maior, conseguido por mais mulheres integradas no mercado de trabalho?
  • À medida que a economia seja mais produtiva e rica, os agentes que discriminam pensam duas vezes.
  • A cultura é endógena.

No estudo que fez com Tiago Cavalcanti concluiu que um aumento de 50% no desequilíbrio salarial reduz 25% o rendimento per capita.
  • Este explica três variáveis: o crescimento, a natalidade e participação feminina.
  • A discriminação é uma variável que não se consegue explicar.
  • Na análise feita por Tiago Calvacanti, este usou como base uma economia americana excepto na discriminação de género, que é a do Egipto, podemos afirmar que existe uma alteração no crescimento económico, na natalidade e na participação da mulher.
Posição de Portugal relativamente a outros países: 
  • Portugal surge como um dos países em que a discriminação de género não se verifica tanto como nos EUA, uma vez que as duas consequências de discriminação de género - a baixa participação laboral feminina e a alta fertilidade - não são características da nossa economia.
  • Historicamente Portugal apresenta níveis de participação mais elevados do que os países com o mesmo nível de desenvolvimento.

O ganho médio mensal das mulheres portuguesas corresponde a 79% do valor pago aos homens.

Muitas vezes comparamos Portugal com Espanha devido à proximidade que temos com esta, no entanto Portugal tem um menor custo de discriminação que muitas vezes é explicado com a intensa imigração sofrida.

Quanto mais qualificadas, maior é a desigualdade salarial face aos homens. Isto está relacionado com as progressões de carreira interrompidas pela gravidez, etc.

Portugal conseguiria ter uma economia mais robusta se diminuísse o gap salarial? 

O que chamamos de discriminação de género é as diferenças entre uma mulher e um homem igualmente produtivos, onde a mulher recebe um salário menor. Assim sendo, sempre que há uma diferença de salário sem diferença de produtividade a economia está a tornar-se mais pobre.

Consequências:
  • A mulher pensar se quer trabalhar ou não uma vez que só lhe pagam metade do trabalho executado. Se esta não trabalhar leva a uma diminuição o produto da economia.
  • Desmotivação.

O aumento do desemprego, a quebra de rendimento e a pressão para aceitar salários mais baixos podem fazer reduzir a diferença salarial em Portugal? 

Se tivermos uma economia onde todos ganhem o salário mínimo não há discriminação entre homens e mulheres, mas esta não é a sociedade ideal para Portugal. É necessário que consigamos manter um equilíbrio.

Quando a retoma chegar, chegará mais para os homens? 


A longo prazo, a diferença salarial tende a diminuir tendo em conta que as pessoas trabalham mais, há menos discriminação, logo há mais produtividade. 

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